Tu querias a aventura, porque já nada do que tinhas te chegava. Eu queria a realidade do mundo, porque era somente nele que conseguia viver. Mas tu insistias que a aventura era o teu ideal. Querias descobrir lugares novos. Desejavas explorar o desconhecido e negavas, a cada instante, pisar o chão que toda a gente pisa. Ansiavas elevar-te, mas eu confessei-te que a única coisa que ansiava era ter-te perto. Não ligaste. Voltaste a dizer-me que querias partir rumo à aventura, pois era ela que te enchia a alma. Entristeci. Sempre pensei que quem te enchia a alma era eu, como tu enchias a minha. Mas fingi não ligar, como tu também não ligaste à minha vontade da realidade. Um dia, quando abri a porta, tu não estavas. Tinhas feito as malas e ido viajar pelo mundo inteiro. O meu peito apertou-se e uma dor aguda alojou-se em mim. Não consegui evitar esboçar um sorriso. Algo simples. Débil e fraco. Mas um sorriso. Uma linha curva ascendente, em redor dos meus lábios. Orgulhei-me de ti. Querias s
AS PÁGINAS DA POCAHONTAS
É a realidade que me guia, ainda que seja o sonho aquilo que me move.