Tu gritaste que havia constelações no teu olhar que eu ainda não conhecia. Eu fui-me embora, convicta de que já sabia de cor todo o teu brilho. Somos pedaços de Céu, fragmentos de Estrelas, rastos de planetas onde existem novas formas de vida. Somos muito.
Somos muito e não é esse o problema. Somos muito mas achamo-nos pouco. E é esse o cerne da questão.
É esse o cerne da questão, que nos faz duvidar de que, desde que sonhemos e lutemos, conseguimos tudo!
Não quis ouvir os teus gritos e ousei virar as costas em busca de um novo caminho. Não quis ouvir os teus gritos que, no fundo, eram uma súplica ardente de alguém igual a mim, que ousou arriscar e vive intensamente a vida que a Vida nos deu. Virei-me, afastando-me, convicta de que já sabia tudo.
Os teus defeitos.
As minhas falhas.
O reflexo dos teus gestos, espelhados nos meus olhos, fixados no teu sorriso, quando me disseste aquela frase, a frase que mudou tudo: “Gosto de ti, e agora?”.
Tu gritaste que ainda havia céu para desbravar, mas os meus pés estavam cansados de andar sempre no mesmo tipo de piso, querendo experimentar rumos desconhecidos.
Virei-me. Virei as costas e virei o jogo, colmatando aquela história. Um remate do último capítulo, que mostrava todas as luzes mágicas e acesas da cidade, quando a noite cai.
Eu fui-me embora, enquanto gritavas, implorando-me para ficar. Fui-me embora, convicta de que já sabia de cor o teu brilho.
Tola que fui. Ingénua que sou. A única certeza é a de que não sabemos nada. Até ao último suspiro. Até ao último sopro de vida, estamos sempre a apr(e)ender.
[Imagem retirada da Internet]
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